Resumo:
O uso de inibidores de sódio-glicose cotransportador-2(SGLT2) tem sido associado à grangena de Fournier (GF), uma emergência urológica rara caracterizada por infecção necrotizante da genitália externa, períneo e região perianal.
Objetivo :
Descrever e comparar casos relatados de GF em adultos diabéticos que recebem tratamento com inibidores de SGLT2 ou outros agentes anti-glicêmicos.
Desenho:
Série de caos dscritivos
Configuração:
Sistema de Notificação de Eventos Adversos da Food and drog Administration (FDA) dos EUA e relatórios de casos publicados.
Pacientes:
Adultos que recebem inibidores de SGLT2 ou outros agentes antiglicêmicos.
Medições:
Dados clínicos e laboratoriais
Resultados:
O FDA identificou 55 casos únicos de GF em pacientes que recebem inibidores de SGLT2 entre 1o. de março de 2013 e 31 de janeiro de 2019. Os pacientes tinham entre 33 e 87 anos; 39 eram homens e 16 eram mulheres. O tempo de início após o início do tratamento com inibidor de SGLT2 variou de 5 dias a 49 meses.
Todos os pacientes tiveram desbridamento cirúrgico e estavam gravemente doentes.
Complicações relatadas incluiram cetoacidose diabética(n=8),sepse ou choque séptico(n=9) e lesão renal aguda (n=4). Oito pacientes realizaram cirurgia de derivação fecal, dois pacientes desenvolveram fasciite necrotizante de extremidade inferior que necessitou de amputação e um paciente necessitou de um procedimento de bypass de extremidade inferior devido a dedos gangrenados. Três pacientes morreram. Para fins de comparação, o FDA identificou 19 casos GF associados a outros agentes anti-glicêmicos enter 1984 e 31 de janeiro de 2019; metformina(n=8), insulina glargina(n-6),insulina de ação curta (n=2),sitagliptina e metformina(n=2) e dulaglutide(n=1). esses pacientes tinham idade entre 42 e 79 anos; 12 eram homens e 7 eram mulheres. Dois pacientes morreram.
Limitação:
Incapacidade de estabelecer causalidade ou incidência, qualidade variável dos relatórios, possível sub-notificação e confundimento por indicação.
Conclusão:
GF é uma preocupação de segurança recentemente identificada em pacientes que recebem inibidores de SGLT2. Os médicos que prescrevem esses agentes devem estar cientes dessa possível complicação e ter ter um alto índice de suspeita para reconhecê-la em seus estágios iniciais.