Pesquisa sugere que o treinamento de força pode ajudar a reduzir os níveis de glicose no sangue e a gordura do fígado em pessoas com Diabetes Tipo 2, mesmo antes da perda de peso
Pesquisadores brasileiros tiveram como objetivo investigar os efeitos do treinamento de força de curto prazo em ratos obesos para ver como isso afetava a saúde do fígado.
A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) tem uma correlação positiva com a obesidade, resistência à insulina e Diabetes Tipo 2, e existe uma pesquisa mínima sobre os efeitos do treinamento de força de curto prazo sobre a gordura do fígado.
O estudo da Universidade de Campinas (UNICAMP) compreendeu a separação de camundongos em três grupos. Um grupo seguiu uma dieta padrão e viveu um estilo de vida sedentário, o segundo seguiu uma dieta altamente calórica por 14 semanas e também permaneceu sedentário, e o terceiro grupo seguiu uma dieta altamente calórica, mas também completou duas semanas de treinamento de força.
A equipe de pesquisa queria olhar para os benefícios diretos do exercício sem quaisquer outros fatores que entram em jogo, então eles só encenaram os exercícios de peso por 15 dias.
De acordo com os resultados, os ratos que se exercitaram tiveram níveis de glicose no sangue significativamente melhores em comparação com os dois grupos de camundongos sedentários. Os ratos que se exercitaram também tiveram reduções de 25 a 30% na gordura do fígado e um número menor de proteínas causadoras de inflamação. Estas descobertas existiam independentemente da perda de peso.
Embora as descobertas só se apliquem a modelos animais até o momento, pode ser significativo que o grupo de exercícios tenha experimentado melhora na sensibilidade à insulina, pois isso poderia indicar o treinamento de força como uma abordagem de tratamento para pessoas com DHGNA.
“O fígado deve produzir glicose apenas em condições de jejum, mas se a sinalização de insulina no tecido estiver prejudicada, o fígado libera glicose na corrente sanguínea mesmo após a ingestão de carboidrato, quando os níveis de insulina estão altos, e isso aumenta o nível de açúcar no sangue”. O autor do estudo, professor Leandro Pereira de Moura.
Os pesquisadores agora planejam estudos futuros para validar suas descobertas e entender mais sobre os benefícios do treinamento de força no tecido hepático.
O estudo foi publicado no Journal of Endocrinology.
Fonte: Diabetes News – diabetes.co.uk – Por Jack Wooffield, 24/06/2019.