Fonte: Congresso EASD 2015 Estocolmo.
Os resultados apresentados no Congresso da Associação Europeia para o Estudos de Diabetes (EASD) revelaram que o aumento do conhecimento sobre como as percepções de pacientes e médicos diferem, pode beneficiar a comunicação médico-paciente e melhorar a gestão do Diabetes.
Novas descobertas do estudo Perceptions of Control (POC) revelou que adultos com Diabetes Tipo 2 não controlada tratados com insulina basal possuem uma definição mais ampla de controle, percebem maiores obstáculos para manutenção do controle e que a vida sofria impacto significativamente maior do que os médicos esperavam.
“Há uma lacuna significativa entre a percepção de controle entre médicos e pacientes em como eles definem controle, os obstáculos e quanto o não-controle da glicemia com insulina basal afeta a vida diária dos pacientes”, disse Meryl Brod, PhD, investigador chefe da estudo POC. “Ter um diálogo mais aberto durante as consultas pode dar uma visão maior desses fatores cruciais, o que pode melhorar a gestão do Diabetes e levar a planos de tratamento individualizados mais eficazes.
O estudo identificou que os médicos definem controle em termos clínicos mensuráveis, como frequência/ gravidade de hipoglicemia (93% vs. 69%, p<0,001), complicações (89% vs. 75%, p<0,001) e HbA1c (85% vs.79%, p<0,05) em contraste aos pacientes não controlados tratados com insulina basal, respectivamente.
Embora essas medidas clínicas tenham sido importantes para os pacientes com Diabetes Tipo 2, suas definições de controle tinham um foco bem mais amplo que para os médicos e envolviam a quantidade de insulina (unidades) administrada por dia (78% vs. 29%, p<0,001), níveis de energia (75% vs. 33%, p<0,001) e quanto eles têm de pensar sobre sua doença (68% vs 31%, p<0,001), entre outros fatores. As pessoas com Diabetes Tipo 2 não controladas tratadas com insulina basal perceberam maiores obstáculos para alcançar o controle, em comparação aos médicos, incluindo estresse (75% vs. 54%, p<0,001), efeitos colaterais de medicamentos (70% vs 56%), p<0,001) e falta de grupos de suporte de pacientes (56% vs 11%, p<0,001).
O impacto de não manter controle adequado com o tratamento com insulina basal e quanto isso interfere na vida do paciente foram percebidos como significativamente maiores do que os médicos esperavam, incluindo aspectos como humor/emoções (63% vs. 33%, p<0,001), elaboração de planos (62% vs. 16%, p<0,001) e quanto se atingiu os objetivos durante o dia (62% vs. 23% p<0,001), entre outros fatores. Sobre o Estudo Perceptions of Control (POC) O estudo POC se baseou nas informações coletadas em uma pesquisa de internet com 300 médicos e 1.012 adultos com Diabetes Tipo 2 não controlada tratados com insulina basal (HbA1c confirmada por médico> 8% (64 mmol/mol)) no Reino Unido (n=100 médicos e 620 pacientes), Suécia (n=100 médicos e 240 pacientes) e Suíça (n=100 médicos e 152 pacientes). Também foram coletadas informações de um grupo controle de 295 adultos com Diabetes Tipo 2 bem controlada tratada com insulina basal (HbA1c confirmada por médico <7,5% (59 mmol/mol) no Reino Unido. No total, os dados foram coletados de 1.607 pacientes e médicos para análise.
A finalidade do estudo era investigar como essa população de pacientes percebia controle e se era diferente da percepção de controle entre os médicos