Para verificar se a atividade física moderada em adultos saudáveis está associada ao remodelamento cardíaco, pesquisadores do Reino Unido realizaram um trabalho divulgado pelo periódico Circulation: Cardiovascular Imaging.

Massa e volume cardíacos são frequentemente elevados em atletas, mas não se sabe se a atividade física moderada também está associada à dilatação cardíaca e à hipertrofia ventricular em uma população adulta saudável.

No total, 1096 adultos (54% do sexo feminino, com idade mediana de 39 anos), sem doenças cardiovasculares ou variantes genéticas associadas à cardiomiopatia, foram submetidos à ressonância magnética cardíaca para determinar o volume e a função cardíaca nos dois ventrículos.

A atividade física foi avaliada através de um questionário validado de atividade. A relação entre os parâmetros cardíacos e atividade física foi avaliada por meio de regressão linear múltipla com ajustes para idade, sexo, raça epressão arterial sistólica. A regressão logística foi realizada para determinar o efeito da atividade sobre a probabilidade dos indivíduos terem dilatação cardíaca ou hipertrofia ventricular de acordo com valores padrões normais de ressonância magnética cardíaca.

Aumento da atividade física foi associado com maior massa do ventrículo esquerdo (VE) (β=0,23; P<0,0001) e volumes do VE e do ventrículo direito (VD) elevados (VE: β=0,26, P<0,0001; VD: β=0,26, P<0,0001). A atividade física tem um efeito maior sobre parâmetros cardíacos do que a pressão arterial sistólica (0.06≤β≤0.21) e um efeito semelhante à idade (-0.20≤β≤-0,31). O aumento da atividade física foi um fator de risco para satisfazer critérios de imagem para a hipertrofia ventricular esquerda (odds ratio ajustado 2,1; P<0,0001), dilatação do VE (odds ratioajustado 2,2; P<0,0001) e dilatação do VD (odds ratio ajustado 2,2; P<0,0001).

Concluiu-se que o exercício físico relaciona-se com a remodelação cardíaca e isso não se limita a atletas e há um risco de excesso de diagnóstico de dilatação cardíaca ou de hipertrofia em uma proporção de adultos ativos e saudáveis.

Fonte: Circulation : Cardiovascular de 08/08/2016

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Postado em 12 de setembro de 2016  da news.med – Medical Journal