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A ADA quer que as Empresas Divulguem seus Dados sobre a Incretina

 

Fonte: MedPage Today
Notícia publicada em: 31.08.2013
Autor: Kristina Fiore, Staff Writer

A American Diabetes Association (ADA) está pedindo aos fabricantes de medicamentos de terapias com incretina para que liberem todas as informações que dispõem sobre tais substâncias, num esforço para esclarecer se eles têm efeitos adversos para o pâncreas. A ADA quer que as empresas disponibilizem todos os dados sobre os pacientes e seus produtos, para uma revisão independente “ que poderia ajudar a esclarecer se essas terapias realmente contribuem para o desenvolvimento de pancreatite ou câncer de pâncreas”, declarou a organização num comunicado.

“As pessoas que estão tomando estes medicamentos, ou que possam vir a tomá-los, precisam conhecer tudo que se sabe até hoje, em termos de riscos e vantagens, a fim de que possam tomar a melhor decisão possível para seus tratamentos e cuidados, junto com seus provedores de cuidados de saúde”, declarou Robert Ratner, MD, Diretor Médico e Chefe

Científico na ADA, em um comunicado. A ADA informou que vai pedir para organizações acadêmicas e de pesquisa que trabalhem com os dados desses grandes bancos de dados experimentais, conduzindo esses estudos. O comunicado foi feito antes do início de um workshop de 2 dias com o National Institute of Diabetes and

Digestive and Kidney Diseases (NIDDK) e o National Cancer Institute (NCI), buscando uma relação entre Diabetes, pancreatite e câncer de pâncreas.

Várias empresas farmacêuticas já disseram que vão cooperar com essa solicitação da ADA. Em uma declaração conjunta, a AstraZeneca e a Bristol-Myers Squibb afirmaram que “ apoiam a iniciativa da ADA … e que estão ansiosos por uma discussão maior com a ADA sobre a logística da proposta.”

O médico chefe da Merck, Dr. Michael Rosenblatt, afirmou que sua empresa está “comprometida em participar de uma revisão independente dos nossos dados e juntar-se-á à ADA no planejamento dessa iniciativa.”

No início da semana, a questão dos dados não publicados e retidos, sobre terapias com incretina, foi levantada por uma investigação do BMJ, que constatou que os laboratórios farmacêuticos estão retendo informações sobre os efeitos potencialmente nocivos desse tipo de substância.

“Sozinhas, as evidências podem parecer inconclusivas, mas quando analisadas em conjunto, evidências novas e antigas, surge um quadro preocupante, levantando sérias dúvidas sobre a segurança desse tipo de medicamento”, escreveu Deborah Cohen, editora investigativa para o BMJ.

A questão sobre os dados não publicados estariam sendo sufocada pelas empresas farmacêuticas, passou a ser uma bola-de-neve, com o lançamento da AllTrials.net pelo médico britânico Ben Goldacre, que pretende ser um repositório de todos os dados para todos os medicamentos disponíveis no mercado.

Junho foi um mês efervescente para as terapias de tratamento do Diabetes. Além da workshop NIDDK- -NCI, a FDA realizou uma reunião de dois dias sobre a rosiglitazona (Avandia), quando um painel votou pela liberação de certas restrições para a prescrição da substância. A rosiglitazona é uma tiazolidinediona (TZD) — não uma incretina — e a classe das TZD têm sido debatido com com seus próprios riscos, incluindo os efeitos cardiovasculares e ósseos.

Durante a reunião do NIH, um palestrante da FDA, o epidemiologista Dr. Solomon Iyasu, MD, MPH, disse que a FDA está considerando a possibilidade de executar um estudo para elucidar os riscos para o pâncreas das terapias com incretinas. A agência afirmou que os estudos epidemiológicos solicitados “forneceram resultados conflitantes e não ofereceram evidências confiáveis para refutar ou apoiar uma relação de causalidade.”

A sinopse concluiu que a avaliação rigorosa desses medicamentos e seus riscos para o pâncreas “vai exigir estudos epidemiológicos adequadamente conduzidos, a longo prazo.”

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