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A gordura e o açúcar provocam uma deterioração da flexibilidade cognitiva

Fonte: Food News Latam – Inocuidade – Estados Unidos, 28 de Junho de 2015
Notícia publicada em: 02.07.2015
Autor: Dra. Kathy Magnusson

Um estudo realizado na Universidade Estadual de Oregom, indicou que uma dieta com alto conteúdo de gordura e açúcar, comparada com uma dieta normal, causa mudanças nas  bactérias intestinais   que aparecem relacionadas com uma perda significativa da  flexibilidade cognitiva,ou o poder de adaptação e ajusteàs situações alteradas.

Este efeito foi mais acentuado numa dieta com maior teor de açúcar, que mostrou também, uma  deterioração precoce no nível do aprendizado, e para a memória a curto e longo prazo.

Os resultados são consistentes com outros estudos sobre o impacto da gordura e do açúcar sobre a função cognitiva e o comportamento.

Sugerem que alguns dsetes problemas podem estar relacionados com a alteração da flora microbiana,uma mistura complexa do sistema digestivo ao redor de 100 trilhões de microorganismos.

A pesquisa foi realizada com ratos de laboratório que consumiram dietas diferentes e enfrentaram  uma variedade de provas, como por exemplo a prova do labirinto de água para monitorar as mudanças na sua função mental e física, e os impactos associados sobre diversos tipos de bactérias.

“É cada vez mais claro que nossas  bactérias intestinais, ou flora microbiana, podem se comunicar com o cérebro humano. As bactérias podem liberar compostos que atuam como neurotransmissores, estimulam os nervos sensoriais ou o sistema imunológico, e afetam a uma ampla gama de funções biológicas, apesar de não estarmos exatamente seguros das mensagens que estão sendo enviadas.

Os ratos tem demonstrado serem particularmente um bom modelo para estes estudos pertinentes para os seres humanos, em temas tais como o envelhecimento, a memória espacial, a obesidade e outros problemas ; afirmou o Dra. Kathy Magnusson, da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de OSU.

Nesta pesquisa , depois de somente quatro semanas com uma dieta com alto gráu de conteúdo de gordura ou uma dieta com alto teor de açúcar , o desempenho dos ratos em várias provas da função mental e física começaram a cair em comparação com outros animais com uma dieta normal. Uma das alterações mais pronunciadas foi encontrada pelo que pesquisadores chamam de flexibilidade cognitiva.

“A   deterioração da flexibilidade cognitiva neste estudo foi bastante pronunciada. Imagine dirigir para sua casa em um caminho que é muito familiar para você, algo que está acostumado a fazer. Então, um dia este caminho está subitamente fechado e de repente você tem que encontrar um novo caminho para chegar em casa. Uma pessoa com altos níveis de flexibilidade cognitiva se adaptaria de imediato a esta mudança, e definiria o melhor caminho alternativo para chegar em  casa, e iria se lembrar de usar o mesmo caminho no dia seguinte, sem nenhum problema. Com a flexibilidade deteriorada ,poderia ser um longo , lento e estressante caminho para chegar em casa, assinalou a pesquisadora Magnusson.”

Segundo a pesquisadora , o estudo foi realizado com animais jovens, que normalmente teriam um sistema biológico mais saudável que são mais capazes de resistir as influências patológicas da sua microbiota.

Os resultados poderiam ser ainda mais pronunciados se fossem realizados com animais mais velhos ou com seres humanos com os sistemas intestinais comprometidos.

O que se refere de maneira frequente nos Estados Unidos é como a dieta ocidental, ou alimentos com alto conteúdo de  gordura, açúcares e carboidratos simples, está relacionada com uma série de enfermidades crônicas, incluindo a epidemia da  obesidade e um aumento da incidência da doença Mal de Alzheimer.

” Sabemos já de algum tempo que o excesso, de gordura e açúcar, não é bom para você. Este trabalho sugere que a gordura e o açúcar estão alterando seus sistemas bacterianos saudáveis , e essa é uma das razões para afirmar que esses alimentos não são bons para você. Não somente a comida poderia estar influenciando em seu cérebro, também uma interação entre a comida e as alterações microbianas”,finalizou Kathy.

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