Fonte: Portal Saúde Terra
Notícia publicada em: 09.03.2015
Autor: Marcio Mancini,médico endocrinologista
Açúcares, gorduras e até o sódio dos alimentos não são os “vilões” da saúde, se forem consumidos em quantidades moderadas, como explicou o endocrinologista Marcio Mancini, chefe do grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
O médico desmistifica a relação entre a presença desses componentes nos alimentos com o aumento do peso e de algumas doenças, como diabetes e hipertensão.
“É possível comer de tudo e ser saudável. Não é necessário cortar da alimentação o açúcar e a gordura. O importante é que esses elementos sejam consumidos de uma maneira equilibrada. É possível comer doce todos os dias desde que o consumo seja entre 5% e 10% das calorias diárias, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde”, explicou Mancini.
Quanto aos doces, o médico também ressalva que não é exatamente o açúcar o causador do ganho de peso, pois a maioria deles também contem gorduras em excesso.
Assim como afirmam nutricionistas e especialistas em saúde e bem-estar, o endocrinologista reforçou que a dieta equilibrada e a prática regular de atividades físicas são a grande solução para um “balanço energético ideal”, responsável pela manutenção do peso.
O médico é enfático: “É melhor comer uma pequena porção do que se privar do alimento”. Segundo Mancini, a restrição nutricional é uma possível vilã do desequilíbrio do balanço energético, que envolve limitar o consumo das calorias e aumentar o gasto calórico.
“Fazendo exercícios físicos, aumentamos as necessidades calóricas diárias para equilibrar aquilo que se come com aquilo que se gasta. Dessa forma, quem faz atividades físicas pode comer mais do que uma pessoa sedentária”, disse Mancini.
Como uma boa dica para homens e mulheres, o endocrinologista recomenda 150 minutos de atividades físicas semanais, mas sem a obrigatoriedade de ir até uma academia.
“Meia hora de caminhada todos os dias aumenta o gasto metabólico do corpo ao longo do dia. A tendência é que o organismo se adeque à alimentação de um indivíduo mais ativo”, explicou.
Para Mancini, a solução está longe de “vilanizar” alguns alimentos. É necessário, para ele, “prestar atenção na rotulagem nutricional”.