FENAD

Controle Glicêmico Associado à Qualidade Óssea em Mulheres Com Diabetes Tipo 2

“Um estudo no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, descobriu que o controle glicêmico deficiente pode levar a uma menor qualidade óssea em mulheres na pré-menopausa com Diabetes Tipo 2. Os pesquisadores compararam o volume ósseo, a espessura e a superfície do osteoide de 10 mulheres com A1c abaixo de  7%, 16 mulheres com A1c mais alta e 15 mulheres pós-morte sem Diabetes, e descobriram que aquelas com níveis mais altos de A1c reduziram do osteoide, mas aumentaram o volume ósseo ” – ADA – Diabetes ProSmart Brief, 29/10/2019.

Controle glicêmico deficiente está ligado à formação óssea em mulheres mais jovens com Diabetes Tipo 2

NOVA YORK (Reuters Health) – A histomorfometria óssea sugere que em mulheres na pré-menopausa com Diabetes Mellitus Tipo 2 (T2DM) o controle glicêmico está associado ao remodelamento ósseo e pode aumentar o risco de fraturas, segundo pesquisadores do Brasil.

“O Diabetes Tipo 2 está classicamente associado a complicações crônicas que afetam os rins, retina e nervos. Nosso estudo prova pela primeira vez que o controle deficiente do DMT2 pode afetar a qualidade óssea, reduzindo a formação óssea”, disse o Dr. Vicente FC Andrade, da Universidade Federal do Paraná, em Curitaba.

“Além disso”, disse ele à Reuters Health por e-mail, “a presença de complicações crônicas (retinopatia e nefropatia diabética) está associada a doenças ósseas mais graves, afetando também a mineralização óssea”.

A osteoporose foi recentemente identificada como uma complicação crônica em pacientes com DM2, apontam Andrade e seus colegas no Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism, on-line em 9 de outubro.

Isso pode levar a um maior risco de fraturas, acrescentam. No entanto, a equipe sugere que a qualidade óssea, em vez de um déficit de densidade mineral óssea (DMO), possa estar na raiz desse problema.

Para investigar, eles estudaram 26 mulheres com DMT2 e idade média de 41,6 anos. Dez tinham HbA1c abaixo de 7% e foram considerados como tendo bom controle glicêmico, enquanto os 16 restantes com HbA1c mais alto foram considerados como tendo controle deficiente.

Nove pacientes tiveram complicações crônicas; sete tiveram retinopatia diabética precoce, três tiveram nefropatia diabética incipiente e um teve retinopatia e nefropatia.

Todos os pacientes foram submetidos a biópsias ósseas. Como grupo controle para parâmetros histomorfométricos, também foram obtidas biópsias ósseas post-mortem de 15 mulheres previamente saudáveis ​​na pré-menopausa.

Comparado com os controles, o volume ósseo aumentou significativamente em mulheres diabéticas, mas a espessura dos osteoides foi significativamente menor. Isso sugere “uma microestrutura óssea mais robusta”, dizem os pesquisadores.

As descobertas, acrescentam, “também são consistentes com estudos que demonstram que pacientes com diabetes aumentaram os valores de DMO em comparação com a população normal”.

A comparação dos grupos com e sem complicações crônicas mostrou que a espessura do osteoide foi reduzida naqueles com pouco controle em comparação com aqueles com bom controle, e o volume ósseo foi semelhante ao do grupo controle.

Houve também uma correlação negativa significativa entre HbA1c e espessura do osteoide e superfície do osteoide.

Essas alterações ósseas “contribuem para a redução da qualidade óssea e podem justificar um risco aumentado de fraturas em pacientes com DM2”, escrevem os pesquisadores.

Fonte Primária: https://bit.ly/2N7taMl  – J Clin Metab Endocrinol 2019.
Fonte: Medscape Farmacêutico – Por David Douglas, 27 de outubro de 2019.

Compartilhar: