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Dieta rica em proteína é prejudicial à mulher

Aquelas com mais de 50 anos que mantém dieta rica em proteína tem mais chances de sofrer falência cardíaca.

Mulheres devem priorizar frutas, legumes e vegetais no cardápio do dia a dia (foto: Zuleika de Souza / CB / D.A Press)

Fonte: por Correio Braziliense 21/11/2016

Mulheres com mais de 50 anos que seguem uma dieta rica em proteína podem estar em risco maior de sofrer falência cardíaca, especialmente se a maior fonte proteica for a carne, alerta um estudo apresentado na 16ª Sessão Científica da Associação Americana do Coração. Os pesquisadores avaliaram os cardápios de 103.878 mulheres entre 50 e 79 anos, que participaram de uma pesquisa realizada entre 1993 e 1998. Dessas, 1.711 sofreram do problema ao longo de cinco anos. A taxa foi significativamente maior no grupo das que ingeriam muitas proteínas, sobretudo as de origem animal.

“Uma ingestão altamente proteica parece estar associada com um aumento substancial do risco de falência cardíaca, ao mesmo tempo em que comer proteínas vegetais parecer proteger o coração. Contudo, estudos adicionais são necessários para explorar mais essa associação”, diz Mohamad Firas Barbour, autor do trabalho e pesquisador da Faculdade de Medicina Alpert da Universidade de Brown. Ele destaca que os resultados foram iguais independentemente de idade, etnia, nível de educação, pressão saguínea, presença de diabetes, doença coronariana, anemia ou fibrilação arterial. Barbour lembra que trabalhos anteriores haviam detectado uma ligação entre proteína da carne e risco cardiovascular.

O pesquisador conta que as próprias participantes do estudo descreviam sua dieta, o que pode não ser muito confiável. Por isso, ele também utilizou um biomarcador especial para calibrar com acurácia a ingestão diária de proteína, um exame que identifica traços de aminoácidos na urina. Para saber se essa proteína era de origem animal ou vegetal, Barbour recorria ao recordatário alimentar das mulheres. Esse diário é uma ferramenta utilizada em estudos epidemiológicos que investigam a influência da alimentação na saúde. Nele, deve-se anotar a frequência do consumo e a porção de aproximadamente 125 itens ao longo de um período definido.

“Enquanto um conhecimento dos riscos dietéticos ainda é necessário, parece que a falência cardíaca entre mulheres no período pós-menopausa não é apenas altamente prevalente, mas facilmente evitável ao se modificar a alimentação”, diz Barbour. “A falência cardíaca é algo muito frequente, especialmente após a menopausa. Por isso, entender os fatores nutricionais associados é algo muito necessário.” De acordo com o médico, a Associação Americana do Coração recomenda que as pessoas adotem um cardápio que enfatize o consumo de frutas, vegetais, grãos integrais, laticínios magros e, ao comerem carne, optem pelas que têm baixo teor de gordura e por peixe — especialmente o com ômega-3, como salmão e truta.

“A falência cardíaca é algo muito frequente, especialmente após a menopausa. Por isso, entender os fatores nutricionais associados é algo muito necessário” – Mohamad Firas Barbour, autor do estudo e pesquisador da Universidade de Brown

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