Restringir gordura emagrece mais inicialmente, mas, com o tempo, a limitação de carboidrato também funciona
Resultados podem desvendar por que as pessoas respondem de forma diferente a cada dieta
Cortar os carboidratos ou as gorduras?
Pesquisadores dos Estados Unidos resolveram estudar os efeitos de duas alternativas muito usadas para quem quer emagrecer.
A revista Cell Metabolism detalhou que a segunda opção pode levar à maior perda da gordura corporal. Já a primeira reduz a insulina no corpo. Portanto, concluíram, ainda é cedo para definir qual das dietas pode ser considerada a mais eficaz e saudável.
“Muitos têm opiniões fortes sobre o que importa para a perda de peso, e os dados fisiológicos para basear essas crenças estão em falta”, destacou Kevin Hall, um dos autores do estudo e físico do Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais. No trabalho, 19 adultos foram confinados durante duas semanas, período em que houve monitoramento dos alimentos ingeridos por eles.
Na primeira semana, os voluntários seguiram uma dieta com restrição de carboidratos. Na segunda, com limitação da gordura. Nos dois casos, não houve alteração na quantidade de calorias ingeridas. Diariamente, os participantes tiveram medidas a quantidade de gordura ingerida e a de queimada, informações usadas para o cálculo da perda de gordura corporal.
No fim dos dois períodos, por meio de um modelo matemático, a equipe de estudiosos provou que a gordura corporal perdida com restrição de gordura foi maior. No entanto, durante períodos prolongados, o modelo previu que o corpo age para minimizar as diferenças, e as dietas passam a ter efeitos semelhantes.
Hall conta que a teoria de que a restrição de carboidratos é particularmente eficaz para perda de gordura corporal influencia muitas pessoas a utilizarem esse método para emagrecer. Ele e a equipe, porém, destacam que mais estudos são necessários para que seja possível ser feita uma recomendação segura de dieta. Testar as opções com um número maior de pessoa faz parte dos requisitos.
“Nós estamos tentando fazer estudos muito cuidadosos em seres humanos para compreender melhor a fisiologia subjacente (a esses hábitos alimentares) e que um dia será capaz de ajudar a gerar melhores recomendações para o dia a dia”, destaca o pesquisador.
“Mas não existe uma desfasagem entre a nossa compreensão da fisiologia e a nossa capacidade de fazer recomendações dietéticas eficazes para a perda duradoura de peso”, completa o autor.
O próximo passo dos pesquisadores é investigar como as duas dietas afetam os circuitos de recompensa do cérebro, bem como a resposta dela a estímulos alimentares. A equipe espera que os resultados possam desvendar por que as pessoas respondem de forma diferente a cada dieta.
Fonte: Correio Braziliense – Ciência e Saúde
Publicação:25/08/2015