EASD 2020: Substância em Lágrimas Pode Ser Usada para Monitoramento de Diabetes

admin

4 anos atrás

Medir a albumina glicada (glicoalbumina, GA) em lágrimas pode ser uma maneira futura para aqueles com diabetes monitorarem seus níveis de açúcar no sangue de forma não invasiva.

Em um estudo com 100 pacientes, os níveis de GA nas lágrimas foram fortemente correlacionados (r = 0,722; P <0,001) com aqueles no sangue.

“Os níveis de GA no sangue são amplamente medidos na prática clínica no Japão”, disse o pesquisador do estudo Masakazu Aihara, MD, PhD, em uma entrevista.

“É um biomarcador que reflete o nível médio de glicose no sangue em 2 semanas, como a frutosamina “, explicou o pesquisador do departamento de diabetes e doenças metabólicas da Escola de Graduação em Medicina da Universidade de Tóquio.

Isso poderia torná-lo um biomarcador melhor para detectar alterações anteriores na glicose no sangue do que a hemoglobina glicada (HbA _1c ), que reflete as alterações na glicose no sangue nos 2-3 meses anteriores.

Estudos anteriores mostraram que os níveis de glicose podem ser medidos em amostras de lágrimas e que os níveis de glicose nas lágrimas se correlacionam com os níveis de glicose no sangue, Aihara e seus colegas pesquisadores observaram em uma apresentação de pôster no encontro anual virtual da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes.

“Ao procurar marcadores não invasivos relacionados ao diabetes, descobrimos que as lágrimas continham albumina. Com base nesse fato, pensamos que o GA poderia ser medido nas lágrimas”, explicou Aihara.

Usar lágrimas para testar biomarcadores não é uma ideia nova – as lágrimas não apenas protegem o olho, elas contêm uma variedade de proteínas grandes e sua composição pode mudar com a doença. Na verdade, os pesquisadores têm analisado sua utilidade em ajudar a encontrar biomarcadores para a doença de Parkinson e a neuropatia periférica diabética.

Durante o estudo , Aihara e associados coletaram amostras de sangue e lágrimas ao mesmo tempo. As amostras de lágrima foram avaliadas por cromatografia líquida (LC) e espectrometria de massa (MS). Um método enzimático foi usado para medir os níveis de GA no sangue. Vários kits de ensaio de diagnóstico para GA são vendidos no Japão, disse Aihara, e pelo menos um deles tem a aprovação da Food and Drug Administration dos EUA.

A análise de regressão múltipla revelou que a correlação entre os níveis de GA nas lágrimas e no sangue foi mantida mesmo após o ajuste para idade, sexo, estágio de nefropatia e obesidade ( P <0,001). Os resultados obtidos nos testes foram considerados improváveis de serem afetados por quaisquer alterações na concentração ou diluição das amostras de lágrimas.

“Uma vez que os níveis de GA no sangue são clinicamente usados em todos os tipos de diabetes, os níveis de GA nas lágrimas também devem ser úteis em todos os tipos de diabetes”, disse Aihara, observando que os efeitos do tratamento sobre os níveis de GA nas lágrimas são algo que ele gostaria de olhar.

A equipe também gostaria de otimizar a forma como as amostras de lágrimas são coletadas e reduzir o volume de lágrimas necessário para análise. No momento, as lágrimas são coletadas por meio de um conta-gotas e cerca de 100 mcL de fluido lacrimal são necessários para a medição.

“No momento, é difícil medir para pacientes com olho seco porque lágrimas suficientes não podem ser coletadas, mas se a quantidade necessária de lágrimas diminuir no futuro, pode ser indicado para pacientes com olho seco”, observou Aihara.

Discutindo outros planos de pesquisa, ele acrescentou:

“Gostaríamos de examinar as condições de LC-MS / MS para que o coeficiente de correlação com AG no sangue possa ser melhorado.

Como o LC-MS / MS é um grande equipamento de laboratório, gostaria de desenvolver um dispositivo que possa medir na clínica ou em casa no futuro.”

O estudo foi financiado por uma bolsa da Agência Japonesa de Pesquisa e Desenvolvimento Médico. Aihara não tinha conflitos de interesse.

FONTE: Aihara M et al. EASD 2020, apresentação de pôster 624 .

Este artigo foi publicado originalmente em MDedge.com , parte da Medscape Professional Network.

Fonte:Medscape- Medical News – Por: Sara Freeman , 19 de outubro de 2020