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Insônia e Obesidade

Fonte: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
Notícia publicada em: 17.09.2014
Autor: Dra. Maria Edna de Melo

Diversos estudos científicos mostram que existe uma relação direta da privação do sono (insônia) com o aumento de peso e a obesidade. As razões encontradas são muitas e, por isso, existe uma série de outros estudos que pesquisam estas relações. Uma delas seria o fato de que a falta do sono altera o metabolismo humano e surge a sensação de fome, daí, então, acontecem os conhecidos “assaltos à geladeira”.

Durante o Congresso Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia, a Dra. Maria Edna de Melo, uma das diretoras do Departamento de Obesidade da SBEM, afirmou que quanto menos o indivíduo dorme mais fome e mais tempo para buscar comida ele terá. “Com isso, ele vai aumentar o consumo calórico diário. Em complemento, o indivíduo que dorme pouco tem mais fadiga, menos disposição e acaba praticando menos atividade física”, completou a especialista.

Com isso, a falta do sono ou insônia naturalmente resultará em uma pior relação do balanço energético, provocando um aumento de peso, pois o indivíduo terá ingerido mais calorias do que gasto naquele dia. É o que a especialista chamou de ‘Teoria do Big Two’: “as pessoas engordam pois têm maior ingestão calórica e menor gasto energético”.

Contudo, a privação do sono, segundo dados apresentados, reduz os níveis de leptina (hormônio da saciedade), aumenta os níveis de grelina (hormônio da fome), além de gerar cansaço e também aumentar as oportunidades para buscar alimentos. Estes fatores aumentam a fome, diminuem o gasto energético e aumenta a ingestão de alimentos com alta densidade energética, resultando no ganho de peso. Assim, indivíduos com o sono desregulado acabam entrando em um ciclo vicioso, no qual ficarão cada vez mais cansados e com menor disposição para os exercícios físicos.

Uma das formas de tentar reverter esse quadro seria, então, regular o seu sono, tendo em mente que em média o número de horas ideal para o sono diário, para reparar as energias gastas seria, para o indivíduo adulto, entre 6 e 8 horas. Contudo, ainda não existe um acordo de quantas horas cada indivíduo precisa de sono por dia, pois existem diversas variáveis dos organismos humanos.

Durante o simpósio sobre o Impacto do Ambiente na Saúde Hormonal, a Dra. Maria Edna falou ainda sobre os mecanismos epigenéticos, que seria o quadro metabólico herdado por filhos de pais obesos; e sobre fatores ambientais ligados às opções alimentares.

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