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Novo exame mostra nível de açúcar presente no sangue nas últimas semanas

Informação mais abrangente poderá melhorar as opções de tratamento; teste foi desenvolvido por pesquisadores dos EUA.
Medir o açúcar no sangue é o procedimento padrão para diagnosticar e acompanhar o diabetes, doença crônica que, em 2014, acometia 422 milhões de pessoas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Há, porém, limitações no exame atual. O nível da substância no corpo varia de acordo com a hora do dia, e até mesmo a cada minuto, reconhecem especialistas. Portanto, um exame não feito no melhor momento pode levar a decisões que comprometam a prevenção e os cuidados com a doença. Pensando em uma solução para esse problema, cientistas da Escola de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, trabalham em um método que, se confirmado, não dará um retrato instantâneo da condição da pessoa examinada, mas sinais do que anda acontecendo com ela nas semanas anteriores.
Detalhes do trabalho foram divulgados na última edição da revista Science Translational Medicine.
O atual padrão ouro para medir a corrente média de glicose no sangue é baseado na quantidade de hemoglobina glicosilada (HbA1c), glicose que adere à hemoglobina, o veículo do oxigênio no interior das células vermelhas do sangue. Mas a relação entre a HbA1c e a média de glicose no sangue pode variar substancialmente.
Não são raros os casos de pacientes com os resultados dos testes de HbA1c idênticos, mas com diferentes níveis de açúcar em uma análise mais minuciosa. Combinado um modelo matemático avançado de glicação da hemoglobina com grandes conjuntos de dados de medições de glicose, Roy Malka, David Nathan e John Higgins chegaram a um método que reduz em mais de 50% os erros de diagnóstico.
Eles descobriram que a idade das células vermelhas do sangue podem funcionar como uma fonte principal de variação de HbA1c. Isso porque a hemoglobina presente nas células vermelhas do sangue recolhe mais açúcar à medida que essas estruturas envelhecem. Segundo o trio, a solução oferece informações sobre o controle do açúcar no sangue em um período de três meses, permitindo, assim, a comparação de resultados e até mesmo a realização de projeções.
“Para o controle efetivo do diabetes, precisa-se saber qual o nível de açúcar no sangue do último exame”, disse Higgins, patologista clínico da instituição norte-americana. “A prova de HbA1c oferecerá a primeira estimativa do nível de açúcar no sangue de um paciente ao largo de várias semanas.”
Quando testaram o método em 200 voluntários, os cientistas perceberam que ele reduziu a taxa de erro de um em três pacientes com o teste padrão de sangue para um em 10. A expectativa é de que, com o desenvolvimento do exame, chegue-se a uma abordagem bastante personalizada de monitoramento e de tratamento da doença. “O que consideramos atualmente como padrão ouro para a estimativa de glicose no sangue não é tão preciso quanto deveria ser”, disse Higgins. “Nosso trabalho não só identifica a raiz da imprecisão, mas também oferece uma maneira de contorná-la”
No novo modelo, haverá também a possibilidade de os pacientes usarem um monitor de glicose por algumas semanas para ter o nível de açúcar controlado como uma linha de base, permitindo, assim, que os médicos calculem a idade média das células vermelhas do sangue. “Os resultados do teste poderão ser ajustados para levar em consideração a idade dos glóbulos vermelhos e obter um resultado que reflita com mais precisão os níveis reais de açúcar no sangue, o que permitira ajustar o tratamento”, complementou Higgins.
Sesta
Outra forma de controlar a doença metabólica, o tipo 2 do diabetes, é não exagerar naquela tentadora sonequinha depois do almoço. A solução foi apresentada durante o congresso da Associação Europeia para o Estudo da Diabetes (EASD) na Alemanha no mês passado. Segundo cientistas da Universidade de Tóquio, se durar mais de uma hora, a sesta pode aumentar em 45% o risco de desenvolvimento da doença.
Para chegar ao número, os estudiosos compilaram 21 estudos sobre a doença. Juntos, os trabalhos envolveram mais de 300 mil pessoas. A equipe japonesa concluiu que as pessoas que fazem sestas de até 40 minutos não são mais afetadas pelo diabetes do que a média. A frequência, porém, aumenta progressivamente até chegar a uma diferença significativa depois de uma hora de descanso. As razões dessa maior vulnerabilidade, no entanto, não foram identificadas.
Fonte: Ciência e Saúde do CB de 10/10/16
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