Fonte: Sanofi Diabetes
Notícia publicada em: 31.08.2013
Autor: Indefinido
Todos nós, profissionais de saúde envolvidos no tratamento do Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM2), sabemos que esta doença é multifatorial, sendo caracterizada por várias disfunções no metabolismo da glicose. Também é bem estabelecida a associação do DM2 com o aumento do risco de doença cardiovascular, em boa parte devido às complicações micro e macrovasculares.
O investimento em pesquisa clínica é condição sine qua non para que tenhamos cada vez mais ferramentas terapêuticas para o controle da doença. De alguns anos para cá, a comunidade médica presenciou a materialização de novas estratégicas terapêuticas através do lançamento de medicamentos inovadores.
No contexto do desenvolvimento farmacológico, pode-se destacar o aparecimento de novas classes terapêuticas, em especial os inibidores da enzima DPP-4 e os análogos do GLP-1. Atualmente no Brasil são comercializadas 4 moléculas da primeira classe (sitagliptina, vildagliptina, saxagliptina e linagliptina) e 2 moléculas da última classe (exenatida, liraglutida).
No primeiro trimestre deste ano, o EMA – European Medicine Agency – aprovou uma nova molécula de análogo do GLP-1, a lixisenatida. Como sempre, é com muito bons olhos que vemos o aumento do arsenal terapêutico para o tratamento do DM2, em especial num momento em que a individualização do tratamento deve ser a base para a definição da conduta terapêutica.
A lixisenatida foi desenvolvida com base na molécula da exedina-4. A diferença consiste da retirada de um aminoácido prolina e no acréscimo de 6 aminoácidos lisinas no terminal-C da molécula exedina-4. A figura abaixo demonstra a sequência de aminoácidos que compõe a molécula da lixisenatida.
Atualmente já comercializada em países como o Reino Unido, Alemanha e Dinamarca, a lixisenatida possui 2 dosagens comerciais diferentes de acordo com a fase do tratamento. Para as 2 primeiras semanas de tratamento preconiza-se a dose de 10mcg, a ser injetada dentro do período de 1 hora antes do café da manhã. A dose de manutenção de tratamento é 20mcg.
Quanto aos estudos clínicos, a eficácia e segurança da lixisenatida foi avaliada pelo programa clínico GetGoal, que envolveu mais de 5.000 pacientes e estudou a molécula em uma série de esquemas terapêuticos diferentes: monoterapia, combinação com 1 ADO, combinação com múltiplos ADOs e combinação com insulina basal. Em relação à combinação terapêutica, é esperado que a molécula seja aprovada no Brasil já com a indicação para uso conjunto com a insulina basal, além do uso associado com antidiabéticos orais.
Segundo as diretrizes da ADA/EASD (Sociedades Americana e Européia de Diabetes, respectivamente), os análogos de GLP-1 são moléculas caracterizadas por alta eficácia na redução da HbA1c, baixo risco de hipoglicemia e efeito benéfico no peso corporal.
Considerando os efeitos de classe, podemos esperar que a lixisenatida tenha efeitos semelhantes às moléculas já comercialmente disponíveis no Brasil. Vale ressaltar, entretanto, que o perfil desta nova molécula trás algumas possibilidades de individualização do tratamento do DM2 devido ao seu perfil de controle da glicemia. Com posologia recomendada de 1 injeção por dia, a lixisenatida pode ser considerada um análogo de GLP-1 de ação prandial, dada a sua ação na redução da HbA1c por meio de um efeito pronunciado no controle da glicemia pós-prandial.