O Ministério da Saúde, na gestão do Ministro Temporão, e Presidente Lula, adquiriu por 206 milhões de reais uma
partilha de Insulina do laboratório INDAR, da Ucrânia, pagando 100% à mais por frasco, pois comprava através de licitações internas por apenas R$ 6,00/frasco e nessa transação, o valor pago pela Insulina da Ucrânia foi de R$ 12,00/frasco. “Um negócio da China” para Ucrânia.
O Brasil pagou 103 milhões de dólares , embutidos em uma compra com a alegação de que estávamos comprando “tecnologia de fabricação”.
Segundo o diretor de Farmanguinhos à época, Eduardo Souza “O custo do investimento, dessa fábrica não chegará a 100 milhões”, portanto já pagamos uma fábrica que não temos,visto que ate agora depois de 11 anos Farmanguinhos so conseguiu produzir cristais de insulina em escala de laboratório e o pior repassa para Bahiafarma conforme publicação DOU em 21/2/2017.
Todos que militam na área acharam muito estranho,principalmente porque ninguém sabia que a Ucrânia fabricava insulina e, muito menos, no mundo científico,têm-se conhecimento da procedência, qualidade e eficácia do medicamento.
Qual não foi a surpresa que surgiram documentos enviados pela Associação de Diabetes da Ucrânia denunciando
a má qualidade e eficácia desse insumo, pois ainda mostram que o medicamento não foi testado como um grande projeto,de pesquisa clinica , sendo apenas testado em algumas dezenas de pessoas.
Neste cenário, a compra de insulina da Ucrânia se efetuou e foram distribuídas na rede SUS, enquanto se discutia a
sua eficácia e segurança.
Surgiu o óbvio, a suspensão de importação destas insulinas, conforme texto da Folha de São Paulo:
“A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) suspendeu a importação de uma insulina ucraniana, que vem sendo distribuída aos diabéticos atendidos pelo SUS”.
No texto da resolução publicada no “Diário Oficial” da União, a alegação é que “existe risco evidente à qualidade, à segurança e à eficácia dos produtos”.
Ontem à noite, a agência recuou e disse que o produto não representa riscos e que hoje publicaria uma correção do texto. Agora, a justificativa para a suspensão seria a necessidade de uma nova inspeção na fábrica ucraniana, que mudou de local.
O processo de compra da insulina teve início em 2005, quando os governos brasileiro e ucraniano assinaram um acordo comercial. Em 2007, o Ministério da Saúde publicou portaria destinando R$ 208,2 milhões para a compra da insulina e para transferência de tecnologia do produto-que é produzido pelo laboratório ucraniano Indar- para o laboratório Farmanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A qualidade da insulina ucraniana vem sendo colocada em xeque por grupos de apoio a diabéticos e associações médicas brasileiras por causa de um relatório, feito por uma comissão médica do Ministério da Saúde da Ucrânia em 2005, que constatou irregularidades nos testes clínicos.
O documento de seis páginas, ao qual a Folha de São Paulo teve acesso por meio de uma associação ucraniana, aponta desde a falta de qualificação da empresa para certificar estudos pré-clínicos até a não utilização de centros de pesquisa regulamentados na Ucrânia para esse fim.
Afirma também que os dados obtidos tanto nos estudos pré-clínicos como nos clínicos são insuficientes para garantir a segurança do uso da medicação. Questiona ainda que os resultados apresentados em tabelas para diferentes tipos de insulina sejam idênticos, o que levaria a duvidar da veracidade das informações.
O relatório diz que há a quebra de seqüência e até a falta de páginas do documento usado para submeter o registro do produto na Ucrânia. E que os dados clínicos são escassos, se comparados aos padrões mundiais -a insulina foi testada apenas em um grupo de 15 a 30 pacientes em três centros
- Depois de 3 meses “por ordens superiores” a ANVISA liberou a distribuição , pouco se viu dela.
Pagamos R$ 206 milhões (103 milhões de dólares a época )por um produto duvidoso,que ninguém ouviu falar nem mesmo na Europa, nos Congressos Nacionais e Internacionais de Diabetes que acontecem há décadas, e não é do nosso conhecimento a existência de menções a esta insulina, fabricada pela INDAR da Ucrânia.Surgem também as perguntas e questionamentos: - Por que o Ministério da Saúde e a Farmanguinhos não buscaram a melhor tecnologia já existente no Brasil,como as insulinas da Novo Nordisk , Lilly e Sanofi
- Sabemos que estas insulinas já comercializadas há mais de 30 anos são vendidas a um valor 50% mais barato do que se comprou na Ucrânia ,e são as mais baratas que no mundo todo aqui vendidas.
- O Brasil tem hoje em Montes Claros, MG, uma das maiores fábricas de insulina do mundo, inaugurada em 2003, com a tecnologia mais moderna existente, e que tem capacidade de abastecer todo o Brasil com apenas 10% de sua produção.
- Hoje lá trabalham 1.000 brasileiros, com seus encargos e recolhimentos de impostos, um dos mais altos do mundo. Esta fábrica foi autorizada pelo governo Fernando Henrique , com investimento por volta de 270 milhões de dólares. Se fizermos a conta pelo câmbio atual veremos que em apenas uma compra, o Ministério da Saúde e a Farmanguinhos gastaram 50% de uma fábrica gigante e que já está funcionando.
E não temos nada! Para onde foram estes US$ 100 milhões?
O leitor está estupefato! Eu também! Muitas coisas erradas juntas, outras obscuras que espero que sejam esclarecidas, pois R$ 206 milhões de nossos impostos dariam para colaborar muito com a saúde deste país,
construir alguns hospitais e, também, melhorar muito a rede sucateada dos já existentes. Tomamos conhecimento na Folha on line de 25/11/2011 que Brasil e Ucrânia firmaram parceria para produção de Insulina.Nesse dia, em Brasília, o Presidente da Ucrânia e a Presidenta do Brasil definiram acordo para troca
de tecnologia para produção nacional de Insulina.
Essa parceria prevê transferência de tecnologia,de empresa farmacêutica ucraniana à Fundação Oswaldo Cruz.
Segundo declaração da Senhora Presidenta Dilma Rousseff “essa produção de insulina tornará o Brasil auto suficiente e irá diminuir o custo do medicamento”
A parceria está embutida num pacote que também abrange a área de fertilizantes e a construção de foguete Brasil/Ucrânia, na base área de Alcântara.
À vista do exposto, vamos analisar os fatos:
1. No mundo científico, congressos, publicações, e outros meios de divulgação de credibilidade, nunca se ouviu falar de insulinas fabricadas na Ucrânia e muito menos de algum laboratório que lá exista.
2 – Onde estão a comprovação cientifica e publicações em revistas médicas de respeito e respaldo mundial? Pelo contrário, recebemos comunicados da Associação de Diabetes da Ucrânia,de que tais insulinas são desprovidas de trabalhos clínicos e também que são de eficácia duvidosa.
3 – Se do ponto de vista científico essa parceria é no mínimo questionável, imagine-se do ponto de vista econômico. A alegação de que a produção de Insulina no Brasil geraria economia não é verdade, pois sabemos que o governo brasileiro, através de seu pregão eletrônico, coloca as melhores insulinas do mundo, fabricadas nos USA, Dinamarca e Alemanha, aos menores preços praticados no mundo todo, variando de 1 dólar e meio a 2 dólares o frasco.
Jamais qualquer fábrica no Brasil conseguirá produzir com este custo.
A construção de uma fábrica de insulina no Brasil é economicamente inviável, uma vez que os custos de instalação, maquinário, mão-de- obra, manutenção e produção, reverterão num montante tal, que não permitirá que o frasco de insulina custe menos do que o valor atual pago pelo governo.
Então vejo que não há economia, apenas ônus e a criação desnecessária de mais uma estatal possivelmente sediada no Estado da Bahia,
ALGUMAS PUBLICACOES À ÉPOCA ACESSADAS GOOGLE
“INSULINA DA UCRANIA “ EM 21 /7/2017
Tribuna do Paraná
Brasília – A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) deverá produzir cerca de 8 milhões de doses de insulina humana por ano, a partir do segundo semestre de 2009. O Brasil importa atualmente o equivalente a R$ 170 milhões em doses do medicamento, destinado ao tratamento de diabetes.
A fabricação da insulina vai ser feita pela Farmanguinhos, unidade da Fiocruz localizada no Rio de Janeiro, cuja produção será baseada em “tecnologia recombinante” fornecida pela Ucrânia. Acordo nesse sentido foi assinado esta semana entre a Fiocruz e a Ucrânia, com a presença de representantes do Ministério das Relações Exteriores.
Pelo acordo, a Fiocruz vai importar do Instituto Indar, da Ucrânia, as doses necessárias para abastecer o mercado interno brasileiro, até que o Farmanguinhos comece a produzir a insulina.
A Tribuna do Paraná
Ucrânia e Brasil firmam parceria para produção de insulina
Ana Flor de Brasília
http://app-na.readspeaker.com/cgi-bin/rsent?customerid=6877&lang=pt_br&readid=news&url=
O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych, e a presidente Dilma Rousseff definiram nesta terça-feira a troca de tecnologia para produção nacional de insulina — produto do qual o Brasil depende hoje de importação.
Ucrânia garante contra partida em foguete em Alcântara
Os dois líderes, que se reuniram em Brasília, definiram que a parceria será entre uma empresa da área farmacêutica da Ucrânia e a Fundação Oswaldo Cruz.
Segundo Dilma, além de tornar o Brasil autossuficiente, a produção irá diminuir o custo do medicamento usado por diabéticos.
O Brasil busca ainda uma parceria na área de fertilizantes, com o abastecimento de fábricas brasileiras com uréia e amônia ucranianas.
A Ucrânia tem interesse na troca de experiência com o Brasil na área de produção de medicamentos para tratar HIV/Aids e na área de biocombustíveis.
No encontro, Yanukovych e Dilma também alinhavaram como cada país participará da construção do foguete binacional em Alcântara.
http://app-na.readspeaker.com/cgi-bin/rsent?customerid=6877&lang=pt_br&readid=news&url=
As insulinas da Ucrânia que estão sendo distribuídas aos postos de saúde nestes meses de maio e junho/2017 em estados e municípios foram fabricadas em 2014 e possuem prazo de validade ate novembro de 2017, isto mais alguns meses. A embalagem, descolorida e com manchas, sugere que o acondicionamento e a estocagem do produto pode não ter sido feito de maneira apropriada , colocando em risco a vida de muitos pacientes .
Possivelmente mais uma ,para mandar nossos recursos para os companheiros camaradas como foram os “investimentos e empréstimos “ a Cuba , Venezuela , Bolívia , Angola etc…..
Este é um assunto que deve ser debatido no Conselho Nacional de Saúde e acompanhado pelo Ministério Público, uma vez que fatos estranhos cercam essa transação, que se concretizada, seguramente redundará em grandes prejuízos para o Brasil e para os diabéticos da rede pública, que terão um produto de qualidade questionável.
Clamamos para que os responsáveis sejam ouvidos e que se faça justiça neste país, insistindo nestes “negócios (e outros)”, por onde se esvaem os recursos e produtos de nossos impostos, um dos mais altos do planeta que junto cocom a corrupção agora escancarada suga o trabalho e o “sangue” de todo o povo brasileiro
Autor: Profº. Dr. Fadlo Fraige Filho.
Presidente da ANAD – Associação Nacional de Atenção ao Diabetes