“Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio”, já dizia Hipócrates, pensador grego considerado o pai da medicina. Mais de 2 mil anos depois, a citação continua válida e é aprovada por médicos. A atriz Nanda Costa, por exemplo, contou em entrevista na semana passada que a mudança na alimentação foi fundamental para curar suas crises de sinusite. Exames mostraram que ela tinha intolerância à lactose e deficiência em diversas taxas. A partir daí iniciou uma dieta e se livrou do problema.
— Ter uma alimentação bem balanceada pode fazer a diferença para ajudar na prevenção e no controle das enfermidades — afirma a nutróloga Yara Dantas.
Por isso, além de receitar remédios e dar orientações de saúde, os médicos têm orientado também alterações na alimentação, de olho nos nutrientes que o paciente precisa. Hoje em dia, até tratamentos de câncer têm como base uma alimentação específica, dependendo do caso.
— Colegas de várias especialidades já têm consciência de que os alimentos otimizam o tratamento — disse a nutróloga Alice Amaral.
O problema é que comer mal é comum na maioria das casas brasileiras. A última Pesquisa Nacional de Saúde (2014) revelou que cerca de 60% dos alimentos com maior teor de gordura fazem parte da alimentação diária da população, o que aumenta as chances do surgimento de doenças cardíacas.
Há quatro anos, quando viu seus exames apontarem uma pré-diabetes, a jornalista Carol Mançur mudou de vida.
— Diminuí drasticamente tudo o que me fazia mal. Acho que foi minha boa alimentação que me salvou conta a tijucana, que perdeu 24 kg e hoje está com ótimas taxas de colesterol e glicemia.
Nem sempre faz bem
Engana-se quem pensa que todas as comidas saudáveis fazem bem para a pessoa que está fazendo qualquer tratamento. A nutróloga Alice dá como exemplo os pacientes que estão tratando uma trombose.
— Quem está tomando anticoagulante não pode comer verduras verde escuras, pois elas são ricas em vitamina K, que contribuem para a coagulação do sangue. Apesar de fazer muito bem à saúde, essas verduras não são recomendadas nesse caso, porque o efeito acaba sendo contrário.
A médica também alerta para os horários que certos complementos alimentares devem ser tomados. Caso o paciente administre o remédio no horário errado, o corpo pode, simplesmente, ignorá-lo.
— É importante que o paciente observe bem os horários em que deve consumir certos remédios ou complementos alimentares. A vitamina D, por exemplo, se não for tomada depois de uma refeição, quando seu estômago está cheio, não é absorvida — alerta a nutróloga.
‘Troquei a Medicação por uma mais Branda’
Edwin Nathan, empresário, 65 anos
Eu tenho um histórico familiar de cardiopatia, do lado paterno, e de hipertensão, do materno. Meu pai e meus tios faleceram de doenças coronárias. Então, há algum tempo, tenho melhorado minha alimentação e minhas condições físicas, fazendo exercícios regularmente. Por conta desse meu histórico familiar, faço check-ups de 3 em 3 meses. Utilizo também óleo de avestruz, todo dia e meus exames têm melhorado muito. No último que fiz, o médico até trocou a minha medicação por uma mais branda.
Fonte: Portal G1 – Saúde e Ciência, por Evelin Azevedo, 03/09/2017.