Um estudo em larga escala, com 24 anos de duração, enfoca a incidência de Diabetes Tipo 2 entre mulheres lésbicas e bissexuais. Descobriu-se que eles são quase um terço mais propensos a desenvolvê-lo. Os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) estimam que mais de 30 milhões de pessoas nos Estados Unidos vivem com Diabetes Tipo 2.
Novas pesquisas sugerem que a orientação sexual também pode ser um fator de risco a ser adicionado à lista.
O novo estudo – liderado por Heather L. Corliss, professora da Escola de Saúde Pública da Universidade Estadual de San Diego, na Califórnia – sugere que as mulheres que se identificam como lésbicas ou bissexuais têm um risco maior de desenvolver Diabetes Tipo 2.
Os resultados foram publicados na revista Diabetes Care.
Jovens Lésbicas e Bissexuais em Risco
Para estudar a incidência de Diabetes Tipo 2 entre gays e bissexuais, Corliss e seus colegas estudaram 94.250 mulheres que haviam participado do Nurses Health Study II que é um dos maiores estudos longitudinais a investigar os fatores de risco para as principais condições crônicas entre mulheres.
Dos participantes do estudo, 1.267 foram identificados como lésbicas ou bissexuais. As mulheres tinham entre 24 e 44 anos de idade no início do estudo em 1989. Em 1989-2013, a cada dois anos, as mulheres foram avaliadas clinicamente para Diabetes.
No geral, o estudo descobriu que as mulheres lésbicas e bissexuais eram 27% mais propensas a desenvolver diabetes tipo 2 no período de 24 anos do estudo.
O estudo também revelou que as mulheres gays e bissexuais tendem a desenvolver a condição mais cedo do que as mulheres heterossexuais. Além disso, um maior índice de massa corporal (IMC) pareceu mediar essa correlação.
O Estresse pode Explicar o Risco de Diabetes
Como os pesquisadores explicam, “Dado o risco significativamente maior de desenvolver Diabetes Tipo 2 antes dos 50 anos entre mulheres [lésbicas e bissexuais] e sua duração potencialmente mais longa de vida com Diabetes Tipo 2, [essas] mulheres também podem ser mais propensas a experimentar complicações em comparação com mulheres heterossexuais.”
Corliss e equipe também destacam a importância do estresse na prevenção de doenças crônicas neste grupo de mulheres.
“[Aqui] é um motivo”, prosseguem eles para explicar, “para suspeitar que mulheres [lésbicas e bissexuais] podem ter disparidades em condições crônicas de saúde física, incluindo Diabetes Tipo 2, porque elas são mais propensas que mulheres heterossexuais a ter fatores de risco como obesidade, tabagismo, consumo abusivo de álcool e exposições relacionadas ao estresse.”
Os autores do estudo sugerem que a discriminação e a angústia psicológica com as quais essas mulheres são propensas podem prejudicar sua saúde e aumentar o risco de vários problemas de saúde. Corliss e seus colegas concluem:
“Embora seja importante abordar fatores comportamentais, como atividade física, comportamento sedentário e ingestão alimentar, concentrar-se nesses fatores por si só pode não ser suficiente para eliminar as disparidades de mulheres [lésbicas e bissexuais] nas doenças crônicas.”
Fonte: Medical News Today, 12 de maio de 2018 por Ana Sandoiu.