Ao tomar agonistas do receptor de GLP-1, os adultos com Diabetes Tipo 2 podem obter maiores reduções na HbA1c com o tratamento com Dulaglutida ou exenatida em comparação com o Liraglutida, embora a Dulaglutida possa proporcionar mais benefício do que os dois medicamentos, de acordo com os resultados publicados no Metabolism

Existe um consenso geral de que os agonistas do receptor GLP-1 como classe protegem os pacientes com Diabetes Tipo 2 de resultados cardiovasculares adversos e retardam a progressão da albuminúria”, Gian Paolo Fadini, MD, PhD, professor associado de endocrinologia e metabolismo no departamento de medicina na Universidade de Pádua, na Itália, e colegas escreveram.

“Embora os ensaios clínicos randomizados forneçam o mais alto nível de evidência para orientar decisões terapêuticas, os estudos do mundo real podem abordar comparações não cobertas por estudos clínicos randomizados, podem desafiar os resultados dos estudos clínicos randomizados e explorar a transferibilidade para os cuidados de rotina.”

Fadini e colegas avaliaram HbA1c, glicemia de jejum, pressão arterial sistólica e peso corporal quando um agonista do receptor de GLP-1 foi prescrito e após 5,9 meses de tempo médio de acompanhamento para 849 adultos com Diabetes Tipo 2 que receberam Dulaglutida (Trulicity, Eli Lilly; idade média de 62 anos; 34% de mulheres), 1.371 prescreveram liraglutida (Victoza, Novo Nordisk) e 198 exenatida semanalmente (Byetta, AstraZeneca; Idade média de 60 anos; 40% de mulheres).

Em comparação com a linha de base, os participantes que tomaram Dulaglutída apresentaram uma diminuição 0,24% maior na HbA1c (P=0,003) e uma redução de 3,3 mm Hg maior na PA sistólica (P=0,01) no acompanhamento vs. aqueles que tomaram Liraglutida. Os participantes que tomaram Dulaglutida alcançaram uma redução de 1% na HbA1c da linha de base, enquanto aqueles que tomaram Dulaglutida alcançaram uma queda de 0,7% depois que os pesquisadores realizaram uma análise com a pontuação de propensão correspondente.

Os pesquisadores descobriram uma diferença não significativa entre os grupos de HbA1c diminuídos em relação à linha de base após a pontuação de propensão, comparando os participantes que tomavam Dulaglutida com aqueles que tomavam exenatida. Nesta análise, os pesquisadores descobriram que os participantes que tomaram Dulaglutida alcançaram uma redução de 1% na HbA1c desde a linha de base, enquanto os participantes que tomaram exenatida alcançaram uma queda de 0,8 ponto percentual.

“Os pacientes que iniciaram com a Dulaglutida mostraram reduções na HbA1c significativamente maiores do que aquelas nos pacientes que iniciaram com a Liraglutida e não significativamente maiores do que aquelas nos pacientes que iniciaram com a exenatida”, escreveram os pesquisadores.

No entanto, os pesquisadores observaram que a Dulaglutida parecia proporcionar um benefício maior do que a Liraglutida e a exenatida em análises incluindo os três medicamentos. Além disso, houve uma diminuição 0,19% maior na HbA1c para aqueles que tomaram Dulaglutida versus aqueles que tomaram Liraglutida (P=0,003) e aqueles que tomaram exenatida (P=0,007) em uma meta-análise de 149 estudos.

“Confirmamos nossas descobertas com uma metanálise de estudos observacionais semelhantes que avaliaram a Dulaglutida versus a Liraglutida no mundo real”, escreveram os pesquisadores. “No entanto, esses resultados não informam a potência comparativa dos medicamentos, mas destacam questões na transferência de resultados de ensaios clínicos randomizados para a prática clínica: Atingir os 1,8 mg surge mais uma vez como um passo crítico para obter o máximo da terapia com Liraglutida. Em geral, a titulação de agonistas do receptor de GLP-1 pode representar uma barreira para a consecução de objetivos terapêuticos.” – por Phil Neuffer

Divulgações: Fadini relata que recebeu honorários de suporte de subsídios, palestras e/ou conselhos consultivos da Abbott, AstraZeneca, Boehringer Ingelheim, Eli Lilly, Genzyme, Merck Sharp & Dohme, Mundipharma, Novartis, Novo Nordisk e Sanofi.

Fonte: Healio – Endocrine Today, 3 de março de 2020.

Morieri ML et al. Metabolismo . 2020; doi: 10.1016 / j.metabol.2020.154190.