Fonte: Folha de São Paulo
Notícia publicada em: 06.03.2015
Autor: Julio Abramczyk, médico
As vitaminas seriam substâncias mágicas que resolvem todos os problemas de saúde, fazem acreditar os que promovem comprá-las sem orientação médica ou nutricional. Mas há controvérsias e contestação de especialistas em nutrição.
Apenas os portadores de hipovitaminose diagnosticados por exames podem necessitar de suplementos de vitaminas e sais minerais –e, mesmo assim, sob indicação e orientação médica. Da mesma forma que a falta, o excesso de vitaminas também é prejudicial.
O consumo regular de frutas, vegetais, cereais, carnes e peixes, para a maioria da população, oferece os necessários nutrientes para manter uma vida saudável.
Revisão de três pesquisas com suplementos de multivitaminas e outros 24 estudos sobre o consumo delas nos EUA (com cerca de 400 mil participantes) concluíram não haver clara evidência de efeitos benéficos desses suplementos sobre todas as causas de mortalidade, inclusive doenças do coração ou câncer.
Para os idosos com demência moderada ou aos primeiros sinais de Alzheimer, suplementos dietéticos e multivitamínicos com vitaminas B, E e C não promovem a melhora da saúde mental, assegura editorial da revista “Annals of Internal Medicine”, editado pela Associação Médica Americana.
Título do editorial: “Stop wasting money on vitamin and mineral supplement” (Parem de desperdiçar dinheiro com suplementos de vitaminas e minerais).
Julio Abramczyk, médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina, onde foi diretor-clínico. Na Folha desde 1960, já publicou mais de 2.500 artigos. Escreve aos sábados.