Uma alternativa aos testes de picada no dedo foi desenvolvida com sucesso usando a tecnologia que detecta baixos níveis de glicose no sangue com um sensor não invasivo e viável
Uma equipe da Universidade de Warwick diz ter encontrado uma maneira de evitar o método convencional e doloroso de verificar os níveis de açúcar no sangue usando testes de picada no dedo. Embora o novo sistema detecte apenas quando os níveis de glicose no sangue caem, ele pode ter impactos positivos na detecção de hipoglicemia.
Sua abordagem baseia-se no uso de um sensor de inteligência artificial conectado a um dispositivo que funciona com sinais de eletrocardiograma (ECG). O sensor detecta níveis baixos de açúcar no sangue rastreando a frequência cardíaca da pessoa. Isto é possível por causa da forma que as leituras de ECG mudar quando os níveis de glicose caia abaixo de 4 mmol/L, equivalente a 72 mg/dL. (fator de conversão: 1 mg/dL = 0.0555 mmol/L)
O sistema de inteligência artificial é então usado para reconhecer baixos níveis de açúcar no sangue em comparação com as leituras normais e pode funcionar como uma alternativa aos testes de picada no dedo.
Dois pequenos estudos-piloto foram realizados para testar a tecnologia e descobriram que ela era cerca de 82% eficaz na detecção de hipoglicemia.
O Dr. Leandro Pecchia, da Escola de Engenharia da Universidade de Warwick, disse:
“As picadas nos dedos nunca são agradáveis e, em algumas circunstâncias, são particularmente complicadas. Fazer picadas com os dedos durante a noite certamente é desagradável, especialmente para pacientes em idade pediátrica”.
“Nossa inovação consistiu no uso de inteligência artificial para a detecção automática de hipoglicemia por meio de poucas batidas de ECG. Isso é relevante porque o ECG pode ser detectado em qualquer circunstância, inclusive no sono.
“Nossa abordagem permite o ajuste personalizado dos algoritmos de detecção e enfatiza como os eventos hipoglicêmicos afetam o ECG em indivíduos. Com base nessas informações, os médicos podem adaptar a terapia a cada indivíduo.
“Claramente mais pesquisas clínicas são necessárias para confirmar esses resultados em populações mais amplas. É por isso que estamos procurando parceiros.”
A pesquisa foi publicada na revista Nature.
Fonte: diabetes.co.uk – Por: Mike Watts, 16 de janeiro de 2020.