A maioria dos portadores de diabetes , beneficiários do sistema de saúde ,  tratados com insulina não recebe prescrição de monitoramento contínuo de glicose no sangue ou não usa a tecnologia conforme indicado, de acordo com dados do estudo.

“Nossa descoberta de não adesão ou não monitoramento de glicose sugere que um grande número de beneficiários frequentemente ou sempre calculava suas dosagens de insulina sem dados de monitoramento de glicose, colocando-os em maior risco de hipoglicemia grave e suas consequências”, Gary A. Puckrein, PhD , presidente e CEO do National Minority Quality Forum, e colegas escreveram.

“A American Diabetes Association enfatizou fortemente a importância do monitoramento da glicose no sangue para fazer ajustes terapêuticos em seus padrões de atendimento. Esses resultados devem levantar sérias preocupações em toda a comunidade de saúde sobre a segurança de todos os beneficiários com diabetes tratados com insulina e/ou outros medicamentos anti-hiperglicêmicos.

Os pesquisadores realizaram uma análise retrospectiva dos dados de 1.329.061 beneficiários do Medicare com diabetes em 2018, que documentaram o uso de terapia intensiva com insulina por meio de uma bomba de insulina ou múltiplas injeções diárias. A coorte foi dividida em quatro grupos: adultos que adquiriram suprimentos de monitoramento contínuo de glicose em tempo real, adultos que adquiriram totalmente suprimentos de monitoramento de glicose no sangue, aqueles que adquiriram parcialmente suprimentos de monitoramento de glicose no sangue e beneficiários sem registro de aquisição de CGM ou suprimentos de monitoramento de glicose no sangue . Adultos foram considerados aderentes ao monitoramento de insulina e glicose se preencheram prescrições para 80% ou mais dos dias cobertos.

Da coorte do estudo, 35,42% não aderiram ao monitoramento de glicose no sangue prescrito e 38,14% não tinham registro de aquisição de monitoramento de glicose no sangue ou suprimentos de CGM. Houve uma porcentagem maior de beneficiários sem registro de monitoramento de glicose no sangue ou aquisição de CGM entre adultos negros (46,1%) em comparação com adultos hispânicos (36,9%) e adultos brancos (36,7%; P < 0,0001 para ambos). A porcentagem de beneficiários usando CGM foi maior entre adultos brancos (3,7%) em comparação com adultos negros (1,6%) e adultos hispânicos (1,3%; P < 0,0001 para ambos).

Da coorte, 47,36% apresentavam duas ou mais comorbidades. Uma proporção maior de adultos negros (52,12%) e adultos hispânicos (50,68%) apresentava duas ou mais comorbidades em comparação com adultos brancos (46,27%). Beneficiários negros tiveram uma proporção maior de pessoas com duas comorbidades e nenhum registro de monitoramento de glicose (25,6%) em comparação com beneficiários brancos (18,3%) e hispânicos (19,2%; P < 0,0001 para ambos).

As hospitalizações não variaram entre os grupos de adesão ou método de monitoramento de glicose para adultos sem comorbidades. Entre aqueles com duas ou mais comorbidades, os adultos negros tiveram uma maior taxa de incidência de hospitalização e maiores custos de hospitalização em comparação com os beneficiários brancos. A associação foi observada independentemente do método de monitoramento de glicose ou adesão.

“Os beneficiários do Medicare com diabetes tratados com insulina se beneficiariam de esforços conjuntos para aumentar a adesão ao monitoramento da glicose; monitoramento de glicose no sangue ou CGM em tempo real”, escreveram os pesquisadores. “Embora a baixa adesão seja provavelmente influenciada por muitos fatores, sabemos que a educação estruturada para o autogerenciamento do diabetes é um potente facilitador da adesão. É imperativo que o Medicare tome medidas imediatas para eliminar as barreiras ao acesso dos beneficiários aos serviços de educação e apoio ao autogerenciamento do diabetes e aos serviços de terapia nutricional médica”.