Fonte: Journal of the Canadian Medical Association (CMAJ
Notícia publicada em: 21.10.2014
Autor: Pesquisadores canadenses
Pequenos estudos transversais têm sugerido que a metformina, uma primeira linha de hipoglicemiante oral, pode diminuir os níveis do hormônio estimulante da tireoide (TSH).
O objetivo do trabalho, publicado no Journal of the Canadian Medical Association (CMAJ), foi determinar se a utilização de monoterapia com metformina, quando comparada à monoterapia com sulfonilureia, está associada a um risco aumentado de baixos níveis de TSH (<0,4 mUI/L) em pacientes com tipo 2.
Usando o Clinical Practice Research Datalink, foram identificados os pacientes que começaram a tomar metformina em monoterapia ou sulfonilureia entre 1° de janeiro de 1988 e 31 de dezembro de 2012. Os pesquisadores montaram duas subcoortes de pacientes com tratado ou eutireoidismo, acompanhadas até 31 de março de 2013. Foram usados modelos de riscos proporcionais de Cox para avaliar a associação de baixos níveis de TSH com metformina em monoterapia, em comparação com a monoterapia com sulfonilureia, em cada subcoorte.
Um total de 5.689 pacientes com hipotireoidismo tratado e 59.937 pacientes eutireoideos foram incluídos nas subcoortes. Entre os pacientes com tratado, foram observados 495 eventos de baixos níveis de TSH durante o acompanhamento (taxa de incidência de 119,7/1.000 pessoas-ano). No grupo eutireoideo, 322 eventos de baixos níveis de TSH foram observados (taxa de incidência de 4,5/1.000 pessoas-ano). Em comparação com a monoterapia com sulfonilureia, a metformina em monoterapia foi associada a um risco aumentado de baixos níveis de TSH de 55% em pacientes com tratado (taxa de incidência de 79,5/1.000 pessoas-ano versus 125,2/1.000 pessoas-ano) com o risco mais alto nos 90 a 180 dias após o início do uso da medicação. Nenhuma associação foi observada em pacientes eutireoideos.
Neste estudo longitudinal de base populacional, o uso de metformina foi associado a um aumento da incidência de baixos níveis de TSH em pacientes com tratado, mas não em pacientes eutireoideos. As consequências clínicas dessa associação necessitam de mais pesquisas para serem elucidadas.
Fonte: Journal of the Canadian Medical Association (CMAJ), de 22 de setembro de 2014 / NEWS.MED.BR