Fonte: American Diabetes Association 73rd Scientific Sessions (2013)
Notícia publicada em: 31.08.2013
Autor: Indefinido
Os resultados de um estudo publicado no New England Journal of Medicine e apresentado na American Diabetes Association 73rd Scientific Sessions®.
Num avanço importante para o desenvolvimento de um pâncreas artificial, os investigadores demonstraram que uma bomba de insulina pode ser programada para se desligar, temporariamente, quando os níveis de glicose no sangue ficarem muito baixos, reduzindo com sucesso a incidência e duração de hipoglicemia noturna, de acordo com os resultados do um estudo publicado no New England Journal of Medicine e simultaneamente apresentado na American Diabetes Association 73rd Scientific Sessions®.
O sistema de pâncreas artificial – que inclui uma bomba de insulina, software e sensores que monitoram os níveis de glicose no sangue continuamente – reduziu a incidência de episódios de hipoglicemia noturna em 32 por cento e a duração e gravidade dos eventos em 38 por cento, suspendendo o fornecimento da insulina durante duas horas, quando os níveis de glicose atingiram um valor limiar pré-definido (geralmente de 70 mg/dL), foi o que mostrou o estudo. A limitação e suspensão do fornecimento de insulina faz parte do sistema MiniMed 530 G, fabricado pela Medtronic e que está, atualmente, passando por avaliação da FDA (Food and Drug Administration).
Este recurso é disponibilizado internacionalmente no Sistema MiniMed Veo System, onde é chamado de Low Glucose Suspend.
A hipoglicemia é de grande preocupação, pois pode levar à inconsciência, convulsões e até a morte. Assim, a hipoglicemia durante a noite é uma preocupação para a maioria dos pacientes e familiares de pessoas com DT1. 247 indivíduos com DT1 foram aleatoriamente distribuídos para o estudo de três meses; 121 pacientes no grupo de sensor, bomba e suspensão limiar e 126 indivíduos no grupo de sensor e bomba.
“O nosso trabalho é o primeiro grande estudo controlado, randomizado, testando o recurso de suspensão limiar. Esta tecnologia promete ser valiosa para os atuais pacientes e é um passo fundamental no desenvolvimento de um pâncreas artificial, totalmente automatizado, para os indivíduos com Diabetes”, disse o Dr. Rich Bergenstal, MD, Diretor Executivo do International Diabetes Center at Park Nicollet em St. Louis Park, Minnesota e principal investigador do estudo Automation to Simulate Pancreatic Insulin Response (ASPIRE).
“O próximo passo é continuar a refinar o desligamento e reinício da bomba de insulina, para evitar a hipoglicemia e, em seguida, programar a bomba para ser capaz de adicionar com segurança mais insulina quando a glicose estiver muito alta”, informou o Dr. Bergenstal. “Vamos, eventualmente, modificar a bomba para que seja capaz de ajustar o fornecimento de insulina e, possivelmente, outros hormônios, controlando os níveis de glicose todos os dias, inclusive durante as refeições e exercícios, o que é muito difícil de se fazer hoje em dia.”
Através do uso da bomba de insulina, com o recurso de suspensão limiar, ligada à um monitor contínuo da glicose sanguínea, os pesquisadores foram capazes de reduzir efetivamente a hipoglicemia durante a noite, sem qualquer deterioração nos níveis de A1C, minimizando os potenciais perigos hipoglicemia e mantendo um bom controle glicêmico. “Isso dá muita credibilidade à idéia de se colocar ‘inteligência’ numa bomba”, disse o Dr. Bergenstal.
Embora a bomba se desligue automaticamente, ela pode ser controlada manualmente se a pessoa acordar e quiser beber um pouco de suco para elevar sua glicemia, ao invés de esperar duas horas para que os níveis voltem ao normal, afirmou o Dr. Bergenstal. Se não acordar, a administração de insulina é retomada automaticamente após o período de duas horas.