Os autores avaliaram as associações entre os níveis prévios da HbA1c com o tempo para o início do tratamento, e a mortalidade por todas as causas com o IAM em pacientes diabéticos tipo 2.
O risco mortalidade e IAM para 20 anos foi estimado em 3.802 diabéticos, participantes do UK Prospective Diabetes Study (UKPDS). O impacto dos valores de HbA1c ao longo do seguimento foi analisado de acordo com a sua influência no risco de eventos.
As razões de risco por cada aumento de 1% na HbA1c para a ocorrência de mortalidade por todas as causas foram de HR 1,08 (IC95%:1,07-1,09) aos cinco anos de seguimento, de HR 1,18 (IC 95%:1,15-1,21) aos dez anos de seguimento e de HR 1,36 (IC 95%:1,30-1,42) aos vinte anos de seguimento. Para IAM, as razões de risco foram de HR 1,13 (IC 95%:1,11-1,15) aos cinco anos, e HR 1,31 (IC 95%:1,25-1,36) aos vinte anos de seguimento.
Observou-se que nos 10 a 15 anos subsequentes, a redução de 1% nos valores da HbA1c do período do diagnóstico foi associado com a redução de 18% no risco de mortalidade total, enquanto retardar essa diminuição em até dez anos após o diagnóstico mostrou reduzir em sete vezes o risco. As correspondentes reduções no risco de IAM foram de 19,7% quando a HbA1c foi reduzida no diagnóstico, e de 6,5%, dez anos mais tarde.
Os autores concluíram que o legado glicêmico é determinado pelos valores históricos da HbA1c e tem um impacto maior nos desfechos do que os valores glicêmicos recentes. A detecção precoce do diabetes e o controle intensivo da glicose a partir do momento do diagnóstico é essencial para maximizar a redução de complicações de longo prazo.